Correspondências e encomendas não eram recebidas nas casas devido aos riscos de roubos a que esses profissionalizados estavam expostos.

Foto: Elielson Modesto / Ascom Segup

Nesta terça-feira (25) é comemorado o dia do carteiro no Brasil, serviço que, de acordo com a agente comunitária de saúde Isabele Coelho, não era realizado no bairro da Cabanagem, em Belém, devido ao alto índice de criminalidade. Ela relembra como era a comunidade antes da chegada do Programa Territórios pela Paz (TerPaz), do Governo do Estado.

“Teve um tempo que os carteiros não entravam aqui na Cabanagem por causa da criminalidade, mas depois que o TerPaz veio, essa realidade mudou, o policiamento se tornou constante. Os carteiros não entravam antes porque era muito roubo, principalmente quando eles iam entregar encomendas e produtos comprados via internet”, relatou a moradora.

O programa TerPaz foi implantado no bairro da Cabanagem em junho de 2019, marcando também a entrada das políticas de inclusão social na comunidade. 

Foto: Elielson Modesto / Ascom Segup

“A chegada do programa Territórios pela Paz na Cabanagem em 2019 alterou profundamente as condições de insegurança pública em que vivia aquela comunidade. No período inicial de dois anos, mais de 80 mil atendimentos diretos foram realizados pelos serviços prestados. Hoje, após esse tempo de atuação, nós continuamos com serviços regulares com entregas de correspondências e encomendas. Depois da entrada da Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil e dos Bombeiros, nós tivemos a entrada regular de um conjunto de serviços oferecidos por mais de 30 secretarias e órgãos do governo, que são serviços de caráter social, geração de oportunidades, educação, cultura, profissionalização, de melhoria de residências e melhoria de condições asfálticas’’, relatou o titular da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), Ricardo Balestreri.

De acordo com o carteiro Israel Junior, com a presença do Estado, os profissionais puderam retomar a entrega de correspondências e encomendas aos moradores do bairro, que não recebiam nas próprias residências porque as entregas haviam sido suspensas em função dos roubos e riscos ao que carteiros estavam expostos.

Foto: Elielson Modesto / Ascom Segup

“Em contato com os carteiros que atuam na região, eles confirmaram que, desde a entrada no TerPaz na Cabanagem, não existe mais o mesmo cenário de violência e criminalidade. Antes estava muito difícil, naquela época, os carteiros locais procuraram o sindicato. Chegamos a um acordo com a gestão dos Correios, para suspender as entregas na região, que só foi retomada em 2019, com a chegada do TerPaz, quando tudo mudou’’, disse o carteiro.

Usina da Paz

O bairro da Cabanagem também é polo do projeto “Usinas da Paz” (UsiPaz), que consiste em grandes complexos públicos, em áreas de aproximadamente 10 mil metros quadrados, com a finalidade de garantir a permanência do Estado nos territórios, com ênfase na prevenção à violência, inclusão social e fortalecimento comunitário, com três eixos fundamentais: assistência, esporte/lazer e cultura. 

‘’Com a chegada da Usina da Paz aqui na Cabanagem, nós firmamos definitivamente a presença e o enraizamento em uma comunidade que estava invisível e esquecida. Uma comunidade de gente boa, trabalhadora, honesta, criativa e acolhedora, para a qual só faltava oportunidades. E aí está o programa Territórios pela Paz oferecendo essas oportunidades e particularmente hoje pela Usina da Paz. Quando há presença do Estado, a violência e o crime diminuem e é isso que o Estado do Pará vem fazendo: se mostrando vivamente presente no seio de uma comunidade que merece todo o nosso carinho e a nossa atenção”, concluiu Balestreri.

A UsiPaz é um complexo comunitário integrado ao programa Territórios Pela Paz (TerPaz) e promove diversas atividades voltadas para o público em geral. São ofertados mais de 80 serviços gratuitos, disponibilizados pelos órgãos e entidades parceiras do Estado, como espaços para atividades esportivas; salas de audiovisual e inclusão digital; atendimento médico e odontológico; consultoria jurídica; emissão de documentos; ações de segurança; capacitação técnica e profissionalizante; espaço multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade.

Também há espaços para cursos livres e de dança, teatro, robótica, artes marciais, musicalização e biblioteca. Além disso, é disponibilizado pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará (Prodepa) sinal de wi-fi gratuito para os moradores que vivem próximo à Usina da Paz.
O complexo funciona de terça-feira a sexta-feira, das 8h às 22h, aos sábados e domingos, das 8h às 18h.

Por Elizabeth Teixeira (SEAC)


Iniciativa resulta de parceria entre a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), com o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) e a Secretaria de Educação

Na manhã desta terça-feira (29), profissionais da área da educação do bairro da Terra Firme, em Belém, receberam uma capacitação, por meio do projeto "Minha Escola, Meu Refúgio", que tem como objetivo levar palestras a comunidades escolares presentes nos sete bairros contemplados pelo programa Territórios pela Paz (Terpaz).

O intuito desta capacitação é também possibilitar a identificação de sinais de abusos contra crianças e adolescentes. "O ‘Minha Escola, Meu Refúgio’ já existe desde 2014 e é voltado para a prevenção e o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescente. Após a parceria que nós estabelecemos com o TerPaz, a Seduc e a Segup, estamos realizando essa ação, que já está na segunda parte dessa capacitação e formação de educadores, coordenadores pedagógicos e funcionários de escolas", ressaltou a juíza da 1ª Vara de Crimes Contra Crianças e Adolescentes de Belém e idealizadora do projeto, Mônica Maciel Soares Fonseca.

A magistrada explicou que foram apresentados materiais importantes que envolvem a percepção da mudança de comportamento em alunos e alunas, vítimas de violência, bem como orienta os profissionais área de Educação sobre como proceder, a partir dessa suspeita de maus tratos.

A roda de conversa busca instrumentalizar o corpo docente e equipe técnica das escolas para identificar e notificar prováveis casos de violência em crianças e adolescentes. A professora Elizete de Oliveira parabenizou a iniciativa. "Esse é um assunto muito pertinente principalmente na área de educação, onde, nós, professores, precisamos estar preparados para eventuais casos e como lidar com essa situação, assistindo essa palestra me sinto mais fortalecida’’, disse a educadora.

"Essa capacitação veio em um ótimo momento, já que devido à Covid-19, as crianças têm ficado mais tempo em casa, e mais suscetíveis a esses tipos de abusos, então é muito importante recebermos essa capacitação, para passarmos essas informações aos pais, para eles também terem cuidado com essas crianças, com quem vão deixar, com quem elas estão tendo contato", afirmou a professora, Lucilene Neves, com 10 anos de atuação profissional, para crianças do 5° ano.

A coordenadora da Seduc no TerPaz, Ivete Brabo, ressaltou o trabalho integrado entre o Estado e o Judiciário. “Essa ação é fruto da parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o Tribunal de Justiça do Estado do Pará - 1ª Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes, e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup/Diprev). É um aprendizado importante para esses profissionais conseguirem identificar casos de abuso sexual e notificar essas ocorrências e encaminhar para a rede de proteção social’’, relatou a coordenadora.

O bairro da Terra Firme foi o primeiro contemplado como o projeto. Em breve, outros territórios que integram o programa TerPaz também serão beneficiados com o "Minha Escola, Meu Refúgio".

Por Elizabeth Teixeira (SEAC)