Foto: Victor Nylander / Nucom Seac

Mais de 120 crianças participaram, na manhã desta quarta-feira (19), do primeiro dia da programação que reúne atividades, em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, nas Usinas da Paz. A ação iniciou hoje e foi realizada no teatro da Usina da Paz Cabanagem, em Belém, pela Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), em parceria com a produtora Ava Amazônia, que lançou mostras de filmes do primeiro Festival Internacional de Cinema Indígena da Amazônia.

Neste primeiro dia, as crianças convidadas fazem parte da Escola Municipal João Carlos Batista, localizada na Travessa Cristina Cardoso, também no bairro da Cabanagem, e essa foi a primeira vez que a comunidade escolar visitou a UsiPaz.

“A gente já havia trabalhado na escola antes, a questão da importância dos Povos Indígenas. Trazê-los para cá é uma forma de tirá-los daquela realidade - apenas de sala de aula - e trazer para um outro espaço que represente um pouco a cultura indígena, por meio de filmes, teatro, diálogos, tudo isso, trazendo histórias dos nossos povos que fazem parte da nossa história também”, Caroline Henriques, técnica pedagógica da Escola Municipal Deputado João Carlos Batista.

Foto: Victor Nylander / Nucom Seac

Além dos filmes, a programação contou com atividades lúdicas sobre a importância das lutas e respeito aos povos indígenas. A dona de casa Evelin Santos, é moradora da Cabanagem e estava acompanhando o filho Erick Gabriel, 5 anos, que cursa o Jardim II, e a pequena Emily Vitória, de 1 ano. “É muito bom ter essas atividades, ajudam muito na formação das crianças, para elas entenderem e respeitarem a nossa história, meu filho está gostando muito”, contou.

O estudante Davi Fonseca, de 7 anos, cursa o terceiro ano do ensino fundamental, e estava concentrado na exibição dos episódios do programa Catalendas, da TV Cultura. “Já conhecia o Catalendas, já vi na televisão a dona Preguiça e o Preguinho, mas essa história que tá passando agora é novidade, muito bom assistir essas histórias”, contou. 

O I Festival Internacional de Cinema Indígena da Amazônia ocorreu em outubro do ano passado em um circuito presencial e online através da plataforma oficial, foram exibidos mais de 100 filmes de produção indígena brasileira e internacional em mais de 150 países, durante o período de mostra e votação dos melhores filmes. 

Os vencedores da primeira edição do Festival serāo celebrados na mostra dedicada à 1° semana dos Povos Indígenas Ava Amazônia, que pretende homenagear os cineastas se destacaram nacional e internacionalmente no Festival através da exibiçāo especial dos filmes vencedores em um circuito cinematográfico inédito nas Usinas da Paz e centros de cultura parceiros. 

“A nossa expectativa é de trazer o olhar, a história, a voz e a cultura Amazônicas reunidas em um panorama nacional e internacional com o que de melhor o cinema indígena tem para oferecer. E o compartilhar dessas diversas "Amazônias" nas telas das periferias urbanas, é fundamental para o fortalecimento da nossa identidade e do nosso pertencimento, para que desde pequenos a gente aprenda que a nossa realidade merece sim ser compartilhada e sobretudo que os nossos direitos sejam respeitados, assim como as nossas novas idéias e novos espaços de diálogo e conexāo com a nossa ancestralidade”, informou Jazz Mota, idealizadora do festival.

Para o secretário de articulação da cidadania, Igor Normando, as Usinas da Paz representam espaços democráticos e de respeito aos povos indígenas.

A coordenadora geral da UsiPaz Cabanagem, Ivanilda Vieira e o secretário da Seac, Igor NormandoA coordenadora geral da UsiPaz Cabanagem, Ivanilda Vieira e o secretário da Seac, Igor Normando /Foto: Victor Nylander / Nucom Seac

“É importante ressaltar que as Usinas da Paz são grandes complexos comunitários que fazem com que as pessoas que moram nos bairros, nos territórios em que o TerPaz está inserido, possam vir adentrar esses espaços e poder compreender a sociedade, realizar cursos e oficinas, de forma muito pedagógica. Esse momento é fundamental para a gente valorizar os povos originários e a nossa cultura, principalmente para as crianças e jovens que queiram participar da programação, conhecer um pouco mais dessa cultura. Para mostrar também que os povos originários precisam ser tratados com respeito, com dignidade, e é isso que está ocorrendo aqui nas Usinas da Paz.

A programação segue até o dia 23 de abril nas Usinas da Paz:

DIA 19/04

Jurunas/Condor, das 18h às 21h.

DIA 20/04: 

Terra Firme, das 9h às 12h.
Guamá, de 14h às 17h.

DIA 22/04: 

UsiPaz Antônia Corrêa (Nova Uniāo/Marituba), de 9h às 12h.
UsiPaz Professor Amintas Pinheiro (Icuí-Guajará), de 14h às 17h.

DIA 23/04

UsiPaz Padre Bruno Sechi, Benguí, de 9h às 12h.

Texto: Paulo Garcia /Nucom Seac