MEIOAMBIENTE
Uma nova formação de agentes ambientais, promovida pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) começou nesta terça-feira (16), direcionada a moradores do bairro do Icuí-Guajará, e do entorno, no município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB). As ações de segurança e cidadania, com geração de renda, também ocorrem em outros seis bairros da RMB – Jurunas, Terra Firme, Guamá, Cabanagem e Bengui, em Belém; e Nova União, no município de Marituba.
Técnicos da Semas apresentam, por toda essa semana, artigos da Constituição Brasileira que tratam das questões ambientais, as Políticas Nacional e Estadual sobre o tema, com repasse de conhecimentos sobre a necessidade da coleta seletiva dos resíduos sólidos, da reciclagem, que envolvem os participantes em debates atuais que abrangem a proteção ambiental, para a melhoria das condições de vida nas comunidades.
A bióloga Alessandra Azevedo, da Coordenadoria de Educação Ambiental, da Semas, reforçou orientações sobre a possibilidade de contenção dos Gases de Efeito Estufa (GEE), citando o exemplo da redução do trânsito de carros nas cidades, que durante a pandemia diminuíram sensivelmente. Entre outros exemplos, que demonstraram que é possível agir para a diminuição dos GEE.
“Estamos em um desafio, crescer de forma sustentável, com conhecimento da origem dos produtos, evitando consumo de itens produzidos com utilização de trabalho escravo, busca de alimentação mais natural, sem agrotóxicos. Para atingir mais pessoas na conscientização ambiental é preciso uma mudança de atitude, com foco na sustentabilidade, como uso de transporte sem emissões e mudanças de hábitos alimentares, como da carne vermelha, que incentiva o surgimento de pastos, em substituição às florestas naturais e à biodiversidade”, destacou a bióloga.
Suzana Vieira, engenheira ambiental e sanitária, moradora da comunidade vizinha da Cidade Nova, disse que tudo que se refere ao meio ambiente desperta interesse e esta oficina está sendo muito positiva. “Os moradores do Icuí precisam de uma consciência em relação à criação de hortas nos espaços disponíveis e da coleta seletiva, atitudes que estão entre as maiores necessidades da comunidade”, afirma.
Orientações para elaboração de planos de ação e soluções coletivas para os problemas identificados na comunidade também estão na pauta do curso. O treinamento ocorre nas instalações da Usina pela Paz, até sexta-feira (19) e faz parte do Programa do Governo do Pará, Territórios pela Paz (TerPaz). Em função da grande procura, 33 participantes no curso atual, a oficina terá outra turma na Usina da Paz no Icuí-Guajará, entre os dias 30 de novembro e 03 de dezembro.
A moradora do bairro, advogada Deyse Lima, avalia a elaboração de projeto para educar ambientalmente as pessoas, principalmente as crianças. “Os ensinamentos estou recebendo na oficina, para execução no bairro e no município do nordeste do estado onde trabalho. Unida a outros profissionais, quero estabelecer parcerias para solução de problema antigo e bem conhecido do Icuí, como o descarte inadequado do lixo. Também estimular a agricultura familiar e a produção de farinha de maneira sustentável, pilares que sustentam a economia do nordeste paraense”.
Por Bruna Brabo (SEMAS)
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) promoveu, nesta quinta-feira (11), na Usipaz do Icuí-Guajará, em Belém, uma oficina de produção de eco bijuterias a partir de resíduos recicláveis. A primeira turma da atividade contou com oito participantes, moradores do entorno e do município de Ananindeua. Além da função ambiental, ao reaproveitar materiais que seriam descartados, a oficina também estimula a geração de renda, já que os participantes podem comercializar sua produção.
Moradora há 26 anos do Icuí, Rita Costa participou de sua primeira oficina na Usipaz. Ela afirma que este tipo de atividade vai afastar os jovens do local, da marginalidade. "A Usina da Paz mudou muito a nossa vida, vai tirar muita gente da marginalidade. Já vi muitos jovens daqui do bairro que, sem ter ocupação, sem ter acesso a cursos, a oficinas, ao esporte, acabaram perdendo suas vidas. Esse curso de bijuterias sustentáveis, feitas de papel, é o primeiro que participo aqui, depois vou fazer um de artesanato. Essa oficina pode até mudar minha vida financeira, é um lixo que vai virar luxo", disse Rita Costa.
A coordenadora de Educação Ambiental da Semas, Andreia Monteiro, também destaca a função socioambiental da atividade. "Essa oficina de eco biju vem com a proposta de geração de renda, através do reaproveitamento de um material que seria descartado. As bijuterias ficam muito bonitas e as participantes têm acesso à nova fonte de gração de renda. A proposta do programa é justamente de inclusão social, geração de renda."
As peças são confeccionadas com papel e papelão. "Nós utilizamos material de papelão, como caixas de pasta de dente, de perfume, papel de revistas, jornais, folhas de catálogos. Nós abrimos uma turma para inicialmente no máximo 15 pessoas, porque essa oficina requer bastante atenção dos técnicos junto aos participantes. Em janeiro, a gente volta com a mesma oficina, porque teve uma procura grande", completa a coordenadora.
"Essa é primeira de muitas oficinas que eu espero participar. Pra mim é bem gratificante, porque a gente não só aprende, como pode vender. É uma forma de gerar lucro pra gente. Eu gostei muito da ideia, até porque no mundo em que a gente vive hoje, a sustentabilidade é uma iniciativa muito boa. Então, a gente pega coisas que não vamos usar mais, que iriam virar lixo, para gerar renda", afirma outra aluna do curso, Carla de Oliveira.
Usipaz - A Usina da Paz é um projeto integrado ao programa estadual Territórios Pela Paz, elaborado pelo Governo do Pará. No Icuí-Guajará, ela possui complexo esportivo com piscina, quadra de esporte e tatame, além de salas de teatro e de audiovisual, espaços de inclusão digital. O espaço oferece vários serviços à população, como atendimento médico e odontológico, consultoria jurídica, emissão de documentos, ações de segurança, capacitação técnica e profissionalizante, espaço multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade. Cursos livres de dança, teatro, robótica, artes marciais, musicalização e biblioteca também estão à disposição do público.
Por Bruna Brabo (SEMAS