#CAPACITAÇÃO
Promovida pela Semas, a oficina ajuda na geração de renda e também é uma terapia para quem enfrenta problemas emocionais.
“Eu sempre passava aqui na frente e prometia pra mim mesma que um dia ia entrar para conhecer. Eu não sabia que oferecia milhões de coisas boas. Hoje foi meu primeiro dia, e eu amei. Tenho uma filha adolescente que pretendo trazer pra cá. Agora vou sempre fazer cursos aqui”, disse a dona de casa Ivana Silva, que entrou pela primeira vez, nesta quinta-feira (03), na Usina da Paz Icuí-Guajará, em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), para fazer a oficina de Eco Bijuteria.
A capacitação é promovida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com duração de quatro horas, e visa sensibilizar a comunidade quanto ao descarte correto e reaproveitamento de resíduos sólidos. A turma trabalha com vários materiais, como revistas, sacolas de papelão e caixas, para produzir miçangas de papel que irão compor pulseiras, colares e outros acessórios.
Acessórios produzidos na oficina: criatividade no reaproveitamento de resíduos sólidos/Foto: Nucom Seac
“O objetivo principal é mostrar a infinidade de produtos que podemos ter a partir da reutilização de resíduos que iam para os aterros sanitários. A gente ensina a técnica da ponta de papel, que é a base para confeccionar qualquer uma das peças que podem, posteriormente, ser uma fonte de renda. É importante ressaltar que a oficina acaba sendo, também, uma forma de terapia, porque aqui elas se distraem, criam coisas, usam o cérebro para aprender e, de quebra, ajudam o ecossistema”, informou Luciana Batista, técnica em Gestão de Meio Ambiente da Semas.
Luciana Batista, da Semas: técnica da ponta de papel/Foto: Nucom Seac
Renda e serenidade - O lucro financeiro já é uma realidade para a estudante Paula Santos, 20 anos, que fez a oficina pela terceira vez. “A primeira vez eu fiz por curiosidade. Quando descobri do que se tratava e entendi que era fácil fazer, me interessei em fazer disso minha renda, e agora já consigo ganhar meu dinheirinho”, contou.
Outro fruto alcançado graças à oficina de Eco Bijuteria é a serenidade, afirmou Valdete Brito, moradora do Icuí-Guajará. Com sintomas de depressão, ela busca nos cursos da Usina da Paz localizada no bairro uma maneira de ocupar a mente com atividades produtivas. “Eu me inscrevi para sair um pouco de casa, onde eu fico sozinha. Fico trancada dentro do quarto porque ainda estou em tratamento. Isso aqui é uma terapia para mim. Me fascina muito essa coisa de confeccionar acessórios”, disse Valdete.
Para participar dos cursos, oficinas e outro serviços ofertados pelas Usinas da Paz é necessário ir à recepção da UsiPaz desejada e se matricular, mediante apresentação dos principais documentos, como carteira de identidade e CPF.
Texto: Raiana Coelho/Nucom Seac
Os participantes aprendem sobre corte, colagem e customização de peças em juta, uma fibra têxtil vegetal.
Uma nova turma do curso de artesanato com juta foi iniciada, nesta segunda-feira (22), na Usina da Paz Cabanagem, em Belém. As aulas são em parceria entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), dentro do Programa Territórios pela Paz (TerPaz).
“Ao realizarmos esses cursos, ficamos felizes em ver pessoas das comunidades se profissionalizando ou se especializando. A Sedeme vê isso com a satisfação de cumprir a meta que ela se propôs a atingir dentro do Programa TerPaz”, relata Márcio Alfredo, coordenador da Sedeme no TerPaz.
Mostra de produtos e itens elaborados por moradoras na oficina no bairro da Cabanagem, em Belém Foto: Ascom / SEAC
A oficina capacita a turma para corte, colagem e customização de peças em juta, fibra têxtil vegetal, como vaso, cofre, cesta, expositor de joia, porta caneta e outros. As aulas são gratuitas e ocorrem num período de uma semana, quando, ao final, elas recebem um certificado de qualificação. O objetivo da iniciativa é contribuir com a geração de emprego e renda para famílias em situação de vulnerabilidade econômica, proporcionando inclusão social.
A instrutora do curso, Maria Marques, explica a importância do novo conhecimento para os participantes. "Eu trago a minha ideia e em cima disso elas criam a ideia delas, as peças delas, que já servem para venda, gerando renda extra para elas”.
A artesã, Maria Bárbara Santos, faz o curso de artesanato com juta: "Estou achando o curso magnífico". Foto: Ascom / SEAC
Participante do curso, a artesã Maria Barbara Santos, de 59 anos, é só elogios para tudo o que vem aprendendo já no primeiro dia de aula. “Eu estou achando magnífico esse curso, mais uma oportunidade aqui para o nosso bairro e para nós, artesãs, que fortaleceu nosso conhecimento”, disse.
Maria Marques também conta que antes da chegada da UsiPaz no bairro, vivia ociosa, sem ter com que se ocupar, agora, com todos os serviços que o complexo oferece, falta tempo para dar conta de tudo. A artesã faz hidroginástica e aulas de ritmos, além de levar os dois netos para os treinos de futsal.
Moradora da Cabanagem, Maria Marques tem feito vários cursos na Usina da Paz do bairro Foto: Ascom / SEAC
Conciliar o útil ao agradável, foi o que a encarregada administrativa financeira de marcas de cosméticos, Andréa Mendes, fez ao escolher participar da turma de artesanato em juta. "É um curso que vem para me agregar, poder adquirir mais conhecimento e colocar em prática, porque eu trabalho com multimarcas de produtos de beleza, então isso aqui me ajuda a aprender a montar os kits que eu vendo, fazer embalagem mais interessantes, expor de um modo mais chamativo e caprichado, em épocas comemorativas como o Dia das Mães que vem aí, acaba sendo muito útil”.
Para se inscrever nos cursos que as Usipaz disponibilizam, é necessário ir até a recepção de cada unidade e se informar sobre as vagas abertas ou acompanhar as redes sociais das Usinas da Paz.
Por Raiana Coelho (SEAC)
Oficinas e cursos profissionalizantes serão ofertados pelos órgãos estaduais e entidades parceiras. Todas as vagas desses cursos serão divulgadas gradualmente nas redes sociais da Usina da Paz.
Foto: Jader Paes / Agência Pará
Um dos pilares dos serviços oferecidos pela Usina da Paz, projeto integrado ao programa Territórios Pela Paz (TerPaz), do Governo do Estado, é a oferta de qualificação profissional para jovens e adultos. E com a UsiPaz Cabanagem, que será entregue nesta quarta-feira (12), não será diferente.
Foto: Jader Paes / Agência Pará
Diversas atividades, oficinas e cursos profissionalizantes serão ofertados pelos órgãos estaduais e entidades parceiras. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet) está organizando mais de 10 cursos técnicos profissionalizantes, entre eles os cursos de Auxiliar Administrativo, Mecânico de Moto e nas áreas da tecnologia como Modelagem e Impressora 3D, Programação e Realidade Virtual.
A autônoma Maria do Socorro Corrêa está ansiosa para se inscrever nos cursos de capacitação da Usina da Paz. “Sou moradora aqui na Cabanagem há 40 anos e ver tudo o que está sendo feito aqui pelo TerPaz não tem preço. Estou muito feliz. Quero participar de vários cursos que serão ofertados na Usina da Paz, quero me aperfeiçoar cada vez mais, conquistar meu espaço no mercado de trabalho e somar com a renda lá de casa”, contou Socorro.
A Secretaria de Educação (Seduc) também está presente na Usina da Paz, sendo responsável por diversas atividades, como os cursos livres de Línguas (inglês e espanhol); reforço escolar quinto, sexto, oitavo e nono ano; alfabetização de adultos; iniciação à leitura e escrita musical; oficinas de poesia, contação de história e mediação de leitura.
Foto: Jader Paes / Agência Pará
“Os cursos de maneira em geral visam a qualificação, principalmente dos jovens, e na melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Na Usina da Paz Cabanagem, assim como no Icuí-Guajará, vamos trabalhar a questão da educação com o reforço escolar, no cursinho específico de português e matemática, por exemplo. Essas atividades buscam fazer com que a comunidade tenha acesso a formação de qualidade e que possa ter a possibilidade de geração de emprego, melhorando a educação no próprio bairro”, informou a coordenadora da Seduc no TerPaz, Ivete Brado.
Ainda de segundo a coordenadora, essas atividades também possibilitam que os moradores retornem à escola. “Vamos ofertar a alfabetização de adultos que é para aquelas pessoas que ainda não concluíram os estudos ou tiveram a oportunidade de ler e escrever possam finalizar os estudos ou aprenderem o letramento, ou seja, estamos transformando a qualidade de vidas dessas pessoas”, concluiu.
Foto: Jader Paes / Agência Pará
Para somar a lista de serviços, a Fundação Cultural do Pará (FCP), a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), IDEFLOR-Bio, Fundação ParáPaz, Secretaria de Comunicação (Secom), Secretaria de Cultura (Secult), Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), também levarão cursos e oficinas que visam a qualificação profissional dos moradores da Cabanagem.
Inscrições
Todas as vagas desses cursos de capacitação serão divulgadas gradualmente nas redes sociais da Usina da Paz (Instagram e Facebook) e as inscrições serão feitas presencialmente na recepção da Usina. Basta levar originais e cópias de RG, CPF e comprovante de residência.
Serviços
Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará
Além desses cursos de capacitação, a partir de quinta-feira (13), a Usina da Paz Cabanagem vai ofertar mais de 80 serviços gratuitos, como espaços para atividades esportivas; salas de audiovisual e inclusão digital; atendimento médico e odontológico; consultoria jurídica; emissão de documentos; ações de segurança; capacitação técnica e profissionalizante; espaço multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade.
Também há espaços para cursos livres e de dança, teatro, robótica, artes marciais, musicalização e biblioteca. Além disso, é disponibilizado pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará (Prodepa) sinal de wi-fi gratuito para os usuários desta unidade.
UsiPaz
Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará
É um complexo comunitário integrado ao programa Territórios Pela Paz (TerPaz) que já está em funcionamento no Icuí-Guajará, em Ananindeua, desde o mês de outubro do ano passado, ofertando diversas atividades, cursos e possibilidades para o público em geral. No primeiro mês de atendimentos, a Unidade registrou mais de 20 mil atendimentos. Em Belém, outras 4 unidades estão em construção, nos bairros do Benguí, Guamá, Terra Firme e Jurunas. Além da capital, Marituba, Canaã dos Carajás, Parauapebas também vão receber unidades.
O complexo vai funcionar de terça-feira a sexta-feira, das 8h às 22h, aos sábados e domingos, das 8h às 18h.
Por Paulo Garcia (SEAC)
Em cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira (7), foi feita a entrega de certificados dos cursos dos projetos de Gastronomia e Amazon Maker, desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet) na Usina da Paz Icuí-Guajará, em Ananindeua, onde são realizadas ações do Territórios Pela Paz (TerPaz), programa do governo do Estado, coordenado pela Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac). No total, os dois projetos da Sectet certificaram 274 pessoas que fizeram cursos de outubro a dezembro de 2021.
O titular da Sectet, Carlos Maneschy, ressaltou que por meio do TerPaz o governo do Estado leva oportunidades aos moradores dos territórios onde as ações são desenvolvidas. “O que nós estamos fazendo com esse programa é garantir oportunidades para pessoas. São oportunidades para superar dificuldades e encontrar um caminho para sobrevivência e para objetivos muito maiores no futuro. A partir dessa experiência, creio que mudará o patamar de vida de muita gente”, destacou o secretário.
Amazon MakerFoto: Ascom / Sectet
Maneschy lembrou que o programa foi idealizado pelo titular da Seac, Ricardo Balestreri e pelo diretor das Câmaras Técnicas do TerPaz, Alejandro Jélvez. “A decisão de colocar em prática foi do governador Helder Barbalho, que deu todo o suporte e incorporou a ideia como um projeto do seu governo”, disse o titular da Sectet.
O secretário adjunto da Seac, Raimundo Santos Júnior, enfatizou que o Terpaz é uma política que busca promover a segurança pública por meio da inclusão social, além da realização do policiamento ostensivo e demais ações de repressão feita pelo estado. Para fazer essa inclusão, frisou o secretário, o TerPaz criou grupos focais nos bairros atendidos para saber quais eram as demandas das comunidades, adequando as políticas às necessidades da população.
“O nosso objetivo é dar oportunidade para as pessoas. Essa formação é um ponto de mudança positiva na vida de cada um de vocês. É uma oportunidade de melhorar, de aprender, de desenvolver, enfim, de transformar positivamente as suas vidas”, frisou.
Gastronomia
O coordenador do projeto de Gastronomia, Bruno Morais, destacou que foram realizados na Usipaz Icuí-Guajará 17 cursos, sendo certificadas 162 pessoas. “Temos diversos tipos de cursos, desde higiene e legislação até confeitaria. Os alunos também têm uma parte teórica, onde entendem de ciência como um todo, pois todos os nossos professores têm formação acadêmica e estão preparados para repassar esse conhecimento”, enfatizou o coordenador.
Yrlane Beckman, 43 anos, foi aluna da primeira turma de panificação do projeto e já está no terceiro curso. “Eu sou muito agradecida pela oportunidade. Com os cursos tive possibilidade de garantir uma renda extra com a produção de panetones e roscas neste final de ano. Espero que essa possibilidade se estenda a mais pessoas e chegue à comunidade como um todo”, disse Yrlane.
Amazon Maker
O projeto Amazon Maker oferta cursos na área da tecnologia, trabalhando com a ideia de que as pessoas aprendem fazendo, desenvolvendo a capacidade de construir, reparar e alterar objetos dos mais variados tipos e funções com as próprias mãos.
Foram entregues certificados a 112 pessoas que participaram das turmas dos cursos “Programação e Robótica” e “Modelagem e Impressão em 3D”. O coordenador pedagógico do projeto, Oziel Luz, falou sobre a experiência de ver o crescimento das pessoas que ainda não tinham contato com o mundo da tecnologia. “Nós tivemos alunos que nunca tinham tido a oportunidade de pegar num computador e se sentiam meio perdidos. Quando chega na quarta ou quinta aula, vemos que não estão mais perdidos, já se encontraram nesse universo da tecnologia. Isso é maravilhoso. Estamos transformando essas pessoas em cidadãos e cidadãs”, contou.
Marjore Lima, 14 anos, que fez o curso de Programação e Robótica, é o exemplo da situação contada pelo coordenador do Amazon Maker. “Quando eu entrei na sala e vi as peças não conseguia entender o que estava acontecendo ali. Mas da feita que se entra nesse universo não se consegue mais parar. E temos essa oportunidade de forma gratuita, perto de casa. É só querer aprender. Obrigada por vocês nos proporcionarem tudo isso”, disse a adolescente.
Por Jeniffer Galvão (SECTET)
Desemprega há 2 anos, a doméstica Maria de Nazaré Rodrigues, 61 anos, foi uma das participantes do curso de costura industrial, disponibilizado na Usina da Paz Icuí-Guajará, em Ananindeua, ela não escondia a alegria em ter concluído o curso que, além do aprendizado, ainda lhe proporcionou a oportunidade de um emprego.
“Esse curso foi maravilhoso porque aqui pude aprimorar os meus conhecimentos sobre corte e costura e foi graças ao curso que consegui um trabalho em uma empresa de confecção de bolsas. Antes eu trabalhava como doméstica, mas devido a pandemia fiquei desempregada, esse complexo é maravilhoso e está trazendo muitos benefícios para todos nós’’, destacou a concluinte.
A capacitação foi realizada pela Associação Polo Produtivo Pará – Fábrica Esperança e tem como objetivo capacitar e preparar os alunos para que eles possam empreender na área de corte e costura industrial. Com uma carga horária de 100 horas, o curso foi dividido em duas etapas.
“Dividimos as atividades em dois módulos, o social que foi de 20 horas e o profissional de 80 horas. Na primeira parte, foi tratado o empreendedorismo, cidadania, ética, valores humanos e gestão de pequenos negócios. Já no profissional, foi feito a capacitação e a qualificação das participantes do curso para que pudessem aprender ou aprimorar as técnicas de costura”, informou um dos professores do curso, Noberto Félix.
Durante o curso, as mulheres confeccionaram várias peças como: vestidos para crianças, bolsas, camisas, estojos, prendedores de cabelos, entre outros objetos, que serão doados. Além disso, elas fizeram 90 aventais para os alunos dos cursos de gastronomia da Usina da Paz.
“Essa foi a primeira capacitação que ofertamos aqui na Usina da Paz Icuí-Guajará, mas também vamos atuar nos outros complexos, de acordo com a demanda e a necessidade de cada Usina. Nós já disponibilizamos o curso de costura industrial há anos e agora trouxemos para a Usina. Visando toda essa proposta do complexo, de integração, esse foi só o primeiro de muitos cursos que ainda serão ofertados’’, disse o diretor administrativo da Associação Polo Produtivo Pará – Fábrica Esperança, Geison Damasceno.
Mais de 30 mulheres concluíram o curso de costura industrial. O gerente geral da Usina da Paz Icuí-Guajará, Alex Melul, destacou a importância desta capacitação.
‘’Esse curso é de grande valia para a comunidade aqui de Ananindeua, porque está capacitando as mulheres para o mercado de trabalho, fazendo com que elas comecem a empreender e se tornem donas do seu próprio negócio, a Usina da Paz do Icuí-Guajará, está sempre incentivando o empoderamento das mulheres’’, disse Alex.
A dona de casa Edna da Costa, 46 anos, é moradora do bairro do Icuí-Guajará há 3 anos e foi uma das participantes da capacitação. Ela afirmou que sempre teve vontade de fazer um curso de costura industrial.
Edna da CostaFoto: NUCOM / SEAC
“Esse curso veio para acrescentar muito na minha vida e das outras mulheres que participaram. Eu sempre tive vontade de aprender a costurar e aqui pude realizar esse sonho. Eu não tinha nenhuma noção de corte e costura e agora já sei fazer várias coisas, como shorts, saias, máscaras, aventais, entre outras coisas... Agora eu pretendo abrir o meu próprio negócio. Esse projeto veio em boa hora porque aqui nós éramos esquecidos e a Usina veio para atender as nossas necessidades, eu estou muito feliz com esse projeto’’, relatou a moradora.
Usina da Paz
É um complexo comunitário integrado ao programa Territórios Pela Paz (TerPaz) e promove diversas atividades voltadas para o público em geral. São ofertados mais de 80 serviços gratuitos, disponibilizados pelos órgãos e entidades parceiras do Estado, como espaços para atividades esportivas; salas de audiovisual e inclusão digital; atendimento médico e odontológico; consultoria jurídica; emissão de documentos; ações de segurança; capacitação técnica e profissionalizante; espaço multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade.
Ministrante do curso entrega certificado para alunaFoto: NUCOM / SEAC
Também há espaços para cursos livres e de dança, teatro, robótica, artes marciais, musicalização e biblioteca. Além disso, é disponibilizado pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará (Prodepa) sinal de wi-fi gratuito para os moradores que vivem próximo à Usina da Paz.
O complexo funciona de terça-feira a sexta-feira, das 8h às 22h, aos sábados e domingos, das 8h às 18h.
Por Elizabeth Teixeira (SEAC)
Capacitar mulheres artistas da periferia de Belém e região metropolitana. Este é o objetivo do projeto "De menina a mulher: tortura que ela não atura", que acontece, desde o mês de agosto passado, nos bairros atendidos pelo programa Territórios Pela Paz (TerPaz), do Governo do Estado. Uma realização do grupo de teatro Palha, com patrocínio da Embaixada da França no Brasil e apoio da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac).
A iniciativa busca levar conscientização, orientação, oficinas de empreendedorismo e diálogos sobre o comnbate da violência contra a mulher, para moradoras dos bairros da Região Metropolitana de Belém, atendidos pelo TerPaz (Benguí, Cabanagem, Terra Firme, Guamá e Jurunas, em Belém; Nova União, em Marituba; e Icuí-Guajará, em Ananindeua.
“A aproximação com o teatro Palha se deu por compartilharmos da mesma visão sobre a violência praticada contra as mulheres, trata-se de um tabu e que, portanto, precisa se desmistificar. E para tanto nada melhor do que a arte que, e de quebra, ainda vem as oficinas de capacitação de ofícios diversos que contribuem com a independência e, acima de tudo, com o empoderamento dessas mulheres. A palavra é gratidão e por mais parcerias como esta”, contou a diretora geral do Núcleo de Articulação da Cidadania da Seac, Juliana Barroso.
Até o momento foram capacitadas mais de 360 mulheres em cinco destas localidades. Em cada bairro, o projeto inicia com uma roda de conversa para debater a violência contra a mulher. Após a conversa, cinco oficinas são ofertadas às mulheres previamente inscritas: confecção de bolsas, grafite, confecção de bonecas abayomi, estamparia em tecidos e maquiagem. Os oficineiros são artistas de renome no fazer artístico da cidade, como Nanan Falcão, Juliano Bentes e Nelson Borges.
Para a moradora Elda Costa, de 42 anos, participar do projeto significou buscar independência financeira. "Eu participei do curso de confecção de bolsas e foi muito importante para mim. Foi uma forma de aprendermos diversas técnicas de confecção e ganharmos o nosso dinheiro, eu não estava trabalhando, mas com esse conhecimento adquirido nesse projeto, comecei a empreender’’, afirmou a moradora.
A autônoma Maria Adelaide Lopes, de 52 anos, participou de duas oficinas. "Eu amei os cursos e achei muito interessante, eu fiz a oficina de confecção de bolsas e de bonecas abayomi, essa foi uma boa oportunidade para ganhar dinheiro e agregar conhecimento", disse.
Ao final, cada território finaliza com os resultados das oficinas, o que inclui apresentação dos trabalhos realizados e uma feira empreendedora, onde os produtos confeccionados podem ser comercializados, fomentando a geração de renda. O espetáculo "180: a mulher do fim do mundo", do Grupo de Teatro Palha, que fala sobre violência contra a mulher em diversos aspectos, também é apresentado em cada bairro, em vídeo, em cumprimento aos protocolos de segurança sanitária contra a Covid-19.
O projeto atualmente está nos bairros do Icuí, em Ananindeua, seguindo um cronograma até o final do ano em todos os outros bairros listados. Tânia Santana é produtora e idealizadora do projeto e vê nesta oportunidade a chance de democratizar o acesso a arte e promover igualdade social com o projeto. "Levamos oficina de formação artística, discutimos sobre violência e levamos um espetáculo a mulheres em situação de vulnerabilidade nas periferias, é um trabalho muito gratificante poder ampliar a atuação do grupo Palha de teatro e chegarmos a estas pessoas", afirma.
Até dezembro, o projeto ainda percorre os bairros do Guamá e Terra Firme, em Belém.
*Com informações da assessoria de imprensa do Grupo de Teatro Palha
Por Paulo Garcia (SEAC)