CULTURA DA PAZ 02/08 10h44

A ação faz parte das comemorações de dois anos de atuação do Programa TerPaz no bairro e objetiva estreitar, ainda mais, os laços sociais com a comunidade  

Feliz. Esse foi o sentimento evidenciado pela moradora Rosilene Rivas, que mora há 20 anos no Icuí-Guajará, em Ananindeua. Ela foi uma das pessoas escolhidas para participar da visita ao canteiro de obras da Usina da Paz, no bairro, nesta quinta-feira (29). 

"Para mim é muito importante ter participado dessa visita, essa é uma obra grandiosa, eu estou muito feliz, esse complexo só vai melhorar ainda mais os serviços que já estão sendo implantados aqui no bairro, na área da saúde, educação e segurança’’, disse a moradora Rosiele Rivas.

A visita ocorreu na manhã desta quinta-feira (29) com a participação de representantes da Diretoria das Usinas da Paz e do Núcleo de Articulação da Cidadania (Nac), da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), e guiada pelo engenheiro da Vale, responsável pela obra, Bruno Freire. Os moradores receberam as instruções iniciais para entrar na obra e informações a respeito do avanço da construção que está na etapa final.

"Hoje nós comemoramos dois anos da entrada do programa Territórios Pela Paz (TerPaz) aqui na comunidade, onde levamos serviços e políticas públicas e para comemorar esse dia tão especial, trouxemos os moradores para que eles pudessem ver como está o andamento dessa obra, a Usina veio para somar e intensificar os serviços que já vinham sendo realizados pelo TerPaz’’, ressaltou a gestora do Território da Paz, Delma Braga.

A diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria de Nazaré Marques Rios, no bairro do Icuí-Guajará, Rosa Teixeira, também participou da visita. "Essa Usina vai trazer muitos benefícios para a comunidade, eu como diretora escolar fico muito feliz em saber que as nossas crianças e adolescentes vão ter um espaço para realizar vários serviços, como na área da educação, esporte e lazer’’, afirmou a diretora. 

Morador do Icuí-Guajará há 22 anos, Ariosnaldo Serra, o Pai Naldo de Oxofé, relembrou como estava o bairro antes da chegada do TerPaz. "Aqui era considerado uma área ‘vermelha’, ou seja, muito perigosa, mas hoje a realidade é outra, graças a essa política voltada para a comunidade. Antes as pessoas tinham medo de vir aqui, mas agora eles se sentem mais seguros em visitar o bairro’’, afirmou o Pai Naldo de Oxofé. 

As obras no Icuí-Guajará estão sendo executadas em parceria com a empresa Vale, que está arcando integralmente com os custos. O Governo não receberá nenhum recurso econômico, mas receberá a Usina pronta e equipada. A previsão é que o equipamento público seja entregue até o final do ano.

Parceria

A Usina da Paz é um projeto integrado ao programa estadual Territórios Pela Paz, elaborado pelo Governo do Pará e coordenado pela Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), em parceria com a iniciativa privada. O propósito é a construção de 10 Usinas na Região Metropolitana de Belém, e no sudeste do Estado.

Serviços

Entre os espaços, as UsiPaz terão complexos esportivos, salas de audiovisual, espaços de inclusão digital e vários serviços, como atendimento médico e odontológico, consultoria jurídica, emissão de documentos, ações de segurança, capacitação técnica e profissionalizante, espaço multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade. Também haverá espaços para cursos livres e de dança, teatro, robótica, artes marciais, musicalização e biblioteca.

Por Elizabeth Teixeira (SEAC)

 


CULTURA DA PAZ 26/07 10h06

Criado pelo governo do Estado, o programa investe na segurança e em ações de inclusão social, cidadania e empreendedorismo

Aos 104 anos, a aposentada Luiza Antônia dos Prazeres já usufruiu das ações do Programa Territórios pela Paz (TerPaz), executado pelo Governo do Pará. Ela teve acesso a consultas e exames, por meio do "Ter Saúde", projeto da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) no âmbito do programa, que mobiliza vários órgãos da administração estadual.

Gilza Franco, filha de Luiza, conta que a mãe, por ter idade já bastante avançada, não enxerga, porém consegue realizar sozinha muitas atividades, como se alimentar, tomar banho e se vestir. O que a aposentava estava precisando era de consulta com um médico especialista.

“Nós ficamos sabendo da ação de saúde aqui no Bengui (bairro de Belém), e como a minha mãe estava precisando muito de fazer novos exames, ficamos preocupadas se íamos conseguir esse atendimento, porque toda vez precisamos nos deslocar para longe do bairro. Mas agora o serviço veio até nós. Quando chegamos lá, fomos muito bem atendidas. Os profissionais foram muito atenciosos, e conseguimos bem rápido ser encaminhadas para realizar os exames. Todos estão de parabéns”, afirma Gilza Franco.

Assim como atendeu a uma demanda em saúde da centenária Luiza Antônia e de Gilza, o TerPaz vem facilitando e transformando a vida de muitos outros moradores dos sete bairros alcançados pelo TerPaz em municípios da Região Metropolitana de Belém: Cabanagem, Bengui, Guamá, Jurunas/Condor e Terra Firme, na capital; Icuí-Guajará, em Ananindeua, e Nova União/São Francisco, em Marituba. De acordo com dados divulgados esta semana pela Câmara Técnica Intersetorial do TerPaz, de julho de 2019 ao julho de 2021 já foram realizados 365.090 procedimentos.

Integração - Esse resultado positivo é fruto do trabalho integrado, que envolve 36 secretarias, autarquias e fundações do Estado, em ações gratuitas de segurança e em outras áreas, como saúde, capacitação técnica, aquisição e/ou reforma habitacional, educação ambiental, acesso a crédito para empreender e fomento aos arranjos econômicos locais. Também são oferecidos atendimentos específicos para mulheres provedoras da família e jovens, dentre outros segmentos. As ações do TerPaz são realizadas, atualmente, em escolas públicas, delegacias, centros comunitários e instituições parceiras.

A Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac) é o órgão responsável por coordenar e dar seguimento às ações do TerPaz. O titular da Seac, Ricardo Balestreri, ressalta a importância do programa como política pública voltada à transformação social para a população desses sete bairros.

"Ao celebrarmos dois anos de instalação da política pública Territórios pela Paz, do Governo do Pará, temos muito a comemorar. O TerPaz, hoje, é vivo e pujante no seio dessas comunidades, levando atendimento, inclusão social, empreendedorismo e protagonismo a uma população maravilhosa, trabalhadora, criativa, para a qual só faltavam oportunidades”, reitera o secretário.

Combate à pandemia - Com a mudança no bandeiramento no dia 3 de março, que passou para vermelho, as ações do Ter Saúde nos bairros atendidos pelo TerPaz se adaptaram para atender à necessidade da população. A iniciativa também observou o aumento da demanda nas Policlínicas Itinerantes, nas unidades instaladas no estacionamento do Hangar – Centro de Convenções; Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), e Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho). Nos meses de março e abril deste ano o atendimento nos bairros do TerPaz foi voltado exclusivamente aos casos leves e moderados de Covid-19. Ainda segundo dados da Sespa, foram realizados mais de 21 mil atendimentos.

Capacitação - O TerPaz também representa recomeço para muitas pessoas. Uma delas é a empreendedora Vilcineia Monteiro, 60 anos, que participou do “Ela Pode”, um dos projetos voltados ao empreendedorismo feminino, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), com a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) e o Instituto Rede Mulher Empreendedora.

Ela conta que trabalhou durante 28 anos como doméstica, mas que devido à pandemia teve que se readaptar. “Com esse período difícil que estamos vivendo, tive que parar de trabalhar como doméstica. Para me sustentar, resolvi abrir meu próprio negócio e comecei a vender comida em frente à minha casa. E o projeto me ajudou muito nesse novo empreendimento. Aprendi muitas coisas para fortalecer meu negócio”, destaca Vilcineia.

Inclusão – Dona de casa, Eliane Souza, é moradora do bairro da Cabanagem há 11 anos. Casada e com três filhos - um deles, com 12 anos, tem transtorno do espectro autista -, Eliane conta que foi por intermédio de ações do governo do Estado que conseguiu a carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), outro serviço oferecido pelo Estado. “Fiquei sabendo da ação para pessoas com autismo, devido à lei assinada pelo governador (Helder Barbalho), da carteira do autista. Lá fui muito bem atendida. Levei o laudo dele e consegui tanto o passe livre como a carteira, sendo que já vinha tentando esse benefício há vários anos e não conseguia”, informa. 

A emissão do documento integra a Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Peptea), instituída pela Lei 9.6062/220, assinada pelo governador Helder Barbalho em maio deste ano.

Permanência - Os bairros atendidos pelo TerPaz na RMB, e nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, na região Sudeste, receberão os complexos comunitários Usinas da Paz (UsiPaz), que consistem em grandes equipamentos públicos, em áreas de aproximadamente 10 mil metros quadrados, tendo como responsáveis pelas obras duas mineradoras atuantes no Pará, a Vale e a Hydro. As empresas arcam de modo integral com os custos das obras. O governo não receberá nenhum recurso das mineradoras. As Usinas começarão a ser entregues ainda este ano, prontas e equipadas para a gestão pública. 

A finalidade é garantir a permanência do Estado nos Territórios, com ênfase na prevenção à violência, inclusão social e fortalecimento comunitário, com três eixos fundamentais: assistência, esporte/lazer e cultura.

“A vida nesses territórios está mudando fortemente para melhor com o TerPaz e, brevemente, isso será incrementado com a inauguração da Usina da Paz, um complexo de serviços públicos, cultura, educação esporte e lazer, a serviço de toda a comunidade. É o Estado se fazendo presente, através de todas as suas secretarias e órgãos, atuando em conjunto, abrindo portas, estendendo as mãos, apoiando essa gente parceira que merece ser cuidada com grande respeito, carinho e atenção”, ressalta Ricardo Balestreri.

Entre os espaços, as UsiPaz terão complexos esportivos, salas de audiovisual, salas de inclusão digital e vários serviços, como atendimento médico e odontológico, consultoria jurídica, emissão de documentos, ações de segurança, capacitação técnica e profissionalizante, área multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade. Também haverá espaços para cursos livres e de dança, teatro, robótica, artes marciais, musicalização e biblioteca.

Por Governo do Pará (SECOM)

 


CULTURA DA PAZ 31/05 09h51

 Eles fizeram cursos de manutenção de motocicleta e manutenção de refrigeração em ação integrada de cinco órgãos estaduais sob a coordenação da Seac

Na manhã desta quinta-feira (27), 36 concluintes dos cursos de manutenção de motocicleta e manutenção de refrigeração foram certificados no auditório da Fábrica Esperança, em Belém. Essas são as primeiras turmas do Projeto TerPaz Recomeçar, do Governo do Estado. A ação é resultado da atuação integrada de cinco órgãos estaduais que, desde o ano passado, vem garantindo cursos profissionalizantes, sob a coordenação da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac).

“O TerPaz Recomeçar é o combate à reincidência criminal, o Governador Helder Barbalho, ao convidar o secretário da Seac Ricardo Balestreri, para implantar os Territórios Pela Paz nos bairros da Região Metropolitana de grande degradação social, tinha como um dos principais objetivos combater os altos índices de reincidência criminal, prevalecentes do Brasil, na sua maioria de detentos que praticaram delitos de baixo potencial ofensivo e o que podemos constar é que o programa está sendo efetivo em seu desenvolvimento, como agora nessa importante cerimônia de certificação desses cidadãos que se profissionalizaram e estão recomeçando a vida”, contou Osvaldo Coelho, diretor das Redes Locais de Cidadania da Seac.

Reinaldo Bandeira, de 32 anos, é um dos concluintes do curso de Manutenção de refrigeração, para ele, que já cumpriu pena por cinco anos, receber o certificado significa vida nova.  mas por meio desse projeto do TerPaz pude ter uma nova chance, penso agora em ter uma vida melhor para mim e para minha família, montar um negócio e olhar agora para frente”, disse Reinaldo.

 

 

Participam desse esforço conjunto a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a Fundação Amazônia de Desenvolvimento da Pesquisa (Fapespa), a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Banpará e a Fábrica Esperança.

Na abertura do evento, o diretor geral da Fábrica Esperança, Artur Jansen, falou sobre o acolhimento da instituição aos participantes do curso. “O projeto é mais um braço para o nosso trabalho de ressocialização que o Governo do Pará executa, só que dessa vez nós fizemos diferente, invés do egresso vir até a Fábrica Esperança, a Fábrica esperança foi até eles nos territórios do TerPaz, oferecendo essa ressocialização por meio de uma qualificação profissional para geração de emprego e renda”, disse.

O presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), Luis Celso da Silva, participou da cerimônia e parabenizou o projeto. “A importância de projetos como esse é a profissionalização, não é só deixar a pessoa custodiada e depois reinseri-la de qualquer maneira na sociedade, o papel da Fundação, por exemplo, é sim fazer com que ela cumpra a medida socioeducativa, mas que seja reinserida na sociedade se tornando um cidadão melhor, e aí é que a gente entra oferecendo e apoiando iniciativas como essa do TerPaz Recomeçar, porque quando essa pessoa tem um emprego e renda, a probabilidade é muito pequena de retornar para uma vida ociosa ou para futuros crimes”, explicou

Homenagem

As duas primeiras turmas tiveram como patrono, in memoriam, um dos idealizadores do TerPaz Recomeçar, o advogado Paulo Cordeiro. “O Dr Paulo Cordeiro desempenhou um papel fundamental para a inicialização desse sonho, um verdadeiro construtor da cidadania, que infelizmente nos deixou ano passado vítima da Covid-19, sempre lutou para a implementação de programas e políticas públicas para promover a cidadania de pessoas em situação de vulnerabilidade social, agora se eternizará por meio desse projeto”, saudou Julio Alejandro Quezada Jelvez, diretor geral do Núcleo de Relações Institucionais da Seac.

Como forma de marcar a homenagem póstuma, a família do Paulo Cordeira, por meio da esposa Ana Lucia Herculano de Oliveira, recebeu a Comenda de Mérito da Promoção de Justiça Social, entregue pelo diretor geral da Fábrica Esperança, Artur Jansen.

Formação

A Sectet ofertou os cursos, ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “É uma honra participar desse trabalho tão importante que tem como principal objetivo fortalecer a cultura de paz no Estado, possibilitando oportunidades, por meio da Sectet e seus parceiros, estamos promovendo diversos cursos no Estado, seja superior e técnico, para aumentar cada vez mais essa capacitação profissional”, comentou Ana Abreu, coordenadora de Formação Inicial da Sectet.

Para o diretor de Reinserção Social da Seap, Belchior Machado, a garantia de uma nova oportunidade é o principal ponto do projeto. "Os cursos profissionalizantes são fundamentais para a inserção dos egressos no mercado de trabalho, sobretudo os cursos que possibilitam o trabalho autônomo e empreendedor. Isso é segurança pública que previne a reincidência, diminui a violência e garante dignidade e uma chance de recomeçar para essas pessoas".

Saiba mais sobre o projeto

O TerPaz Recomeçar tem como objetivo realizar estudos Sócios Econômicos, de políticas públicas de ressocialização dos egressos do Sistema Penas e de medidas Socioeducativas do Estado, para diagnosticar a taxa de reincidência, bem como diagnosticar as motivações e as causas destas reincidências, com finalidade de propor políticas públicas e alternativas que superem esse problema social, em regime de mútua cooperação.

A meta é oferecer capacitação profissional para 500 pessoas. Após a qualificação, a Fábrica Esperança organiza os egressos que quiserem participar de cooperativas para que possam prestar serviço ao Estado. Também serão disponibilizados recursos por meio do CredCidadão para financiamento de equipamentos para quem quiser abrir seu próprio negócio.

Por Paulo Garcia (SEAC)

 


CULTURA DA PAZ 12/11 13h03

Por Jeniffer Galvão (SECTET) 

 

Atuação integrada de cinco órgãos estaduais garante cursos profissionalizantes sob a coordenação da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac)

 

O Governo do Pará desenvolve o projeto TerPaz Recomeçar, mais uma ação que visa a  fortalecer a cultura de paz no estado, possibilitando oportunidade de reinserção social de egressos dos sistemas penal e socioeducativo por meio de capacitação profissional.

As aulas do curso de Mecânico de Motocicleta iniciaram no dia 03 deste mês de novembro, e o curso de Técnico em Refrigeração terá início no próximo dia 23 de novembro. A iniciativa é realizada de forma integrada por cinco órgãos do governo sob a coordenação da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), responsável pelo Programa Territórios Pela Paz (TerPaz).

Participam desse esforço conjunto a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a Fundação Amazônia de Desenvolvimento da Pesquisa (Fapespa), a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) e a Fábrica Esperança.

Oportunidade - O titular da Seac, Ricardo Balestreri, enfatiza que a grande maioria das pessoas que são privadas de liberdade no Brasil e também no Pará não vive a cultura do crime, não se enquadram no perfil de criminosos, apesar de terem cometido algum delito. “São pessoas que têm plenas condições de se reinserirem produtivamente na sociedade. Uma vez egressos do sistema, precisam de oportunidade de recuperação, chances para crescer na vida. É exatamente essa reinserção social que vai evitar que elas se insiram na cultura do crime”, ressalta Balestreri.

Segundo o titular da Sectet, Carlos Maneschy, é essa oportunidade que o projeto TerPaz Recomeçar traz aos beneficiários. “Num esforço integrado vamos oferecer a egressos do sistema prisional e socioeducativo a oportunidade de qualificação profissional e concessão de bolsa por dois meses. Depois de preparados, terão oportunidade de se reunirem em cooperativas ou buscarem financiamento do governo para iniciar seus próprios negócios”, explica o secretário.

Gestor também da Fapespa, Maneschy ressalta a importância de políticas que incidam diretamente no cotidiano das pessoas e transformem suas vidas para melhor. “Conhecimento para desenvolver uma atividade profissional e aporte financeiro inicial são ações que visam dar uma nova oportunidade de vida para essas pessoas, que muitas vezes só precisam desse apoio para mudar definitivamente suas vidas e de suas famílias”, conclui Carlos Maneschy.

Recomeço – O coordenador e idealizador do projeto, Paulo Cordeiro, explica que os cursos terão, em média, duração de dois meses, período em que os participantes recebem uma bolsa de R$ 300,00, paga com recursos da Fapespa e repassada aos egressos por meio de convênio para a Fábrica Esperança. Serão beneficiados 500 egressos, perfazendo um total de investimento de R$ 300 mil em bolsas. 

A Sectet investe na qualificação, contratando cursos ofertados pelo Sistema S. Além de Mecânico de Motocicleta e Técnico em Refrigeração, realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), será ofertado nesse primeiro momento o curso de Técnicas de Embelezamento, contratado com o serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). As turmas são de 20 alunos e outros cursos serão ofertados a partir de 2021.

Cordeiro esclarece ainda que a seleção dos egressos é feita pela Seap e pela Fasepa entre egressos moradores dos bairros que recebem os projetos do TerPaz: Bengui, Cabanagem, Guamá, Jurunas e Terra Firme, em Belém; Icuí/Guajará, em Anannindeua; e Nova União, em Marituba.

“Após a qualificação, a Fábrica Esperança organiza os egressos que quiserem participar de cooperativas para que possam prestar serviço ao Estado. Também serão disponibilizados recursos por meio do CredCidadão para financiamento de equipamentos para quem quiser abrir seu próprio negócio”, garante Paulo Cordeiro.

Acolhimento – o diretor geral da Fábrica Esperança, Artur Jansen, conta que a participação do órgão no desenvolvimento do projeto é realizar o acolhimento do público-alvo e de seus familiares, “buscando demonstrar que a educação e a capacitação profissional são primordiais para a inserção no mercado de trabalho, evitando que esses egressos voltem a cometer delitos”.

Jansen destaca que estudos apontam que a ressocialização por meio de educação e empregabilidade é muito mais eficaz do que a pena em si. Ele informa que entre os egressos atendidos na Fábrica Esperança nos últimos cinco anos, apenas 2% reincidiram e no ano passado não houve nenhuma reincidência. “Anualmente, atendemos em média 530 egressos. Com o TerPaz Recomeçar, e outras iniciativas do governo, pretendemos duplicar esse número”, adianta o diretor.

 


CULTURA DA PAZ 25/09 10h15

A noite da quarta-feira (23) foi de comemoração após o encerramento da sessão oficial on-line de premiação do 1º Festival Curta Escolas, evento que integrou a 6ª edição do Amazônia Doc, Festival Pan-Amazônico de Cinema.

De 11 produtos audiovisuais indicados na Mostra Competitiva Primeiro Olhar, seis filmes foram premiados, sendo eles 4 curtas de alunos participantes do projeto Cenas da Paz, do programa estadual Territórios Pela Paz (TerPaz), do Governo do Estado.

O estudante Gabriel Fernandes, de 18 anos, ganhou o prêmio de melhor filme com a obra “Homens na roda”, ele fez parte das oficinas do projeto Cenas de Paz, na Escola Dom Calábria, em Marituba. Na produção, um grupo de jovens garotos da periferia se encontram para conversar sobre assuntos diversos, costurados entre temas como masculinidade, racismo e o lugar de resistência da periferia.

Para o estudante, ganhar esse prêmio significou força para continuar a produzir novos filmes. “Eu nem acreditei quando saiu o resultado, depois que caiu a ficha, todo mundo ficou feliz, foi uma experiência nova porque foi a primeira vez que produzi um curta, foi muito bom ter participado. Meu sonho é fazer cinema e ter ganhado esse prêmio foi um gancho para eu entrar nesse ramo, produzir novos filmes e ter mais experiência”, contou o jovem.

Segundo a diretora da TV Cultura, coordenadora do projeto Cenas de Paz, Vanessa Vasconcelos, o festival foi uma oportunidade para mostrar a qualidade dos produtos que a juventude da periferia tem produzido. “Como nós já estávamos desde o ano passado com o ‘Cenas de Paz’, nós achávamos sim que os produtos resultantes das oficinas do projeto poderiam ser inscritos para essa amostra, então, 11 produtos audiovisuais foram escolhidos, todos produzidos pela nossa juventude, nossas escolas e o que é mais interessante, produtos produzidos pelos nossos alunos, estamos felizes porque é mais uma forma de contribuir para o protagonismo da juventude”, disse Vanessa.

"Famílias periféricas na pandemia”, de Marianna Kali e Renan Kauê, ganhou como Melhor Direção. Na produção dos alunos da escola Paes de Carvalho, eles trouxeram os impactos da pandemia no cotidiano de suas próprias famílias. “Foi uma ideia que surgiu bem em cima da hora, gravamos a rotina de nossas casas nessa quarentena durante um dia. Foi uma experiência linda, uma novidade em nossas vidas”, conta Marianna.

Também ganharam destaque as produções “E aí, pretinha?”, de Mederiá Brandão, Jéssica Paixão e Emanuelle Araújo (Melhor roteiro); “Levanta juventude”, de Henrique Lobato e Vinicius Silva (Melhor filme, júri popular), que também ganhou menção honrosa junto com “Seu Erádio”, de Vanessa Serrão e Rebeka Ferreira.

“Eu não pude assistir a transmissão, mas alguns amigos me mandaram mensagens dizendo que tínhamos sido premiados, fiquei muito feliz, é gratificante. O nosso curta 'E aí, pretinha?' retratou um problema que está tão presente no nosso cotidiano, o racismo. Quero sim continuar a fazer mais filmes, vou continuar estudando artes para ajudar a transformar mais vidas”, relatou emocionado o Estudante Mederiá Brandão.

Os filmes podem ser vistos pelo canal do youtube do Festival Amazônia Doc.

 


TerPaz renova esperanças e garante direitos de cidadania
CULTURA DA PAZ 16/07 09h30

Programa Territórios pela Paz completa um ano de combate à violência urbana e de defesa de direitos, no próximo 11 de julho.

Consolidando uma política pública de combate a violência e defesa de direitos da cidadania, o Programa Territórios pela Paz (TerPaz) completará um ano de atividades no bairro da Cabagem, no próximo dia 11. Um ano em que o Governo do Pará, por meio de uma câmara técnica intersetorial que envolve 37 órgãos, se propôs a transformar o cenário de violência e falta de assistência nos bairros da Cabanagem, Guamá, Terra Firme, Benguí, Jurunas, Icuí-Guajará, em Ananindeua, e Nova União, em Marituba.

Logo após o casamento, há 32 anos, Socorro Meireles se mudou para uma área de invasão que deu origem ao atual bairro da Cabanagem. “Cheguei no tempo que era lamparina, tinha alguns vizinhos. Os terrenos eram grandes e mais baratos. Construí minha vida aqui, tive filhos, depois veio a energia elétrica puxada de um ‘gato’ da Augusto Montenegro”, lembra a moradora que viu seus sonhos de uma vida melhor se esmaecerem ao longo dos anos.

A casa dela, por muito tempo, foi invadida pelas enchentes, a própria vizinhança se encarregou de aterrar a rua com lixo. Ano após ano, a Cabanagem foi alvo de promessas que nunca se concretizaram até 2019, quando o bairro se tornou o primeiro território de pacificação, do Programa Territórios pela Paz (TerPaz).

“Quando começamos, a primeira preocupação foi tentar entender a dinâmica do bairro, seus desafios, entraves e potencialidades. Ao andar para conhecer as ruas, percebi que era um bairro que não tinha nada. Os únicos aparelhos do Estado eram as escolas e a delegacia - que caracterizava o alto índice de violência que existia aqui”, conta Marisa Lima, coordenadora de Rede Local no Programa Territórios pela Paz na Cabanagem, que começou a atuar no bairro em fevereiro de 2019.

Com esse histórico, resgatar a confiança não foi tarefa fácil ao longo de um ano. “Os moradores pensavam que faríamos algumas atividades aqui e iríamos embora, como era o costume ao longo dos anos. O primeiro desafio foi passar a confiança de que nós viemos para ficar”, lembra Marisa.

A desconfiança é confirmada pela moradora Socorro Meireles, que mesmo com a vista cansada, sempre ficava de olhos bem abertos. “Ixi, mais um que vai nos deixar esquecidos novamente”, pensou ela assim que iniciou a nova gestão do Governo do Pará.

“Mas foi diferente, o governador (Helder Barbalho) deu um tapa no rosto de muita gente e mostrou que ele está aqui para fazer pelos menos beneficiados. É muito fácil pegar uma rua já existente e passar uma camada de asfalto. Mas você pegar um bairro que tá ali cru como uma joia para ser lapidada, dá muito trabalho. E ele vai ser o primeiro governo a lapidar esse bairro”, admite Socorro.

AÇÕES NA CABANAGEM

Desde o dia 11 de junho, foram realizados 31.925 atendimentos nas 342 ações de políticas públicas de inclusão social realizadas no bairro. Já orgulhosa com os seus óculos novos, Socorro Meireles vê um futuro melhor. “Se em apenas um ano já foi feita tanta coisa, estamos na esperança de que vem muito mais para nós. Estamos vendo cair o índice de violência e assaltos. Estamos ansiosos como uma noiva prestes a casar”, disse ela.

SEGURANÇA

O reforço das forças policiais é uma das estratégias do TerPaz com ações táticas, realizadas pelas forças do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar e por efetivos especializados da Polícia Civil. Todos com o objetivo de garantir a segurança da comunidade e servidores envolvidos nas ações.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), comparando janeiro a dezembro de 2018 e 2019, houve queda na criminalidade em vários pontos do bairro da Cabanagem.

O crime de homicídios registrou redução de 85% no bairro do Bengui, 62% no Icui-Guajará; 60% no Jurunas, 52% no centro de Marituba, 44% na Terra Firme e 29% no Guamá. Os casos de roubos caíram em 34% no bairro do Jurunas, 32% na Terra Firme, 26% no Guamá, 21% Cabanagem e 13% no Icuí-Guajará.

“O TerPaz trouxe uma esperança de que agora, de fato, nós vamos pertencer. Antes nós não tínhamos vez e nem voz. Não foi preciso fechar a Augusto Montenegro e a Independência para sermos ouvidos. Foi ele (o programa) que veio até nós. Consegui consulta especializada, oftalmologista, cardiologista. Para minha filha conseguimos uma ultrassonografia craniana que tentamos várias vezes antes. É isso que está nos motivando a acreditar cada vez mais no TerPaz”, acrescentou Socorro Meireles.

EDUCAÇÃO

Na Cabanagem, a Escola Estadual José Valente Ribeiro é o polo do TerPaz A diretora da unidade, Ivanilda Vieira ressalta o desafio de fazer educação em uma área carente.

“Até 2019, nosso maior desafio era superar as dificuldades do bairro e para isso sempre trabalhamos a afetividade no cotidiano dos pais e alunos. Isso colaborou para construirmos nossa história na Cabanagem. Em 2019, passamos a ter um apoio maior com a presença do governo aqui”.

Com 20 anos de trabalha no bairro, a diretora Ivanilda Vieira lista os benefícios do programa. “O TerPaz trouxe cursos, atividades, formação, os alunos passaram a conhecer um pouco mais da cidade para além do bairro. Tivemos pais que nunca haviam entrado no Theatro da Paz e hoje eles querem ir, já sabem como funciona”.

A escola passou a ter em seu dia a dia ações desenvolvidas por órgãos do governo, como o curso de Assistente Administrativo, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica; o Cantinho Verde, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas; oficina de Fotografia, da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom); projeto Cenas da Paz, da Rede Cultura de Comunicação (Funtelpa).

“Os nossos alunos, até então, eram muito tímidos, sempre muito educados, mas se sentiam recriminados. Quando o Cenas da Paz veio, mostrou que eles podem ser como são, com sua cor da pele e cabelos, por exemplo. Eles passaram a se olhar e se assumir enquanto indivíduos, pessoas e cidadãos. Já a fotografia mostrou o outro lado, dos moradores, feirantes, pessoas que estão na rua. Eles passaram a enxergar essas pessoas com outro olhar”, analisou a diretora.

Outra ação de destaque nesse primeiro ano de programa foi promovida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. “Nós trabalhamos com pessoas privadas de liberdade que estão tentando retornar à sociedade. Eles vieram pintar a escola, roçar, conviver com os alunos e fizeram uma palestra contando um pouco da vida deles. Isso mexeu muito com os alunos, você vê um outro contexto. Alguns têm familiares nessa condição e puderam acreditar que uma nova sociedade é possível”, afirmou a diretora Ivanilda.

JUVENTUDE DO PRESENTE E DO FUTURO

Nascida e criada na Cabanagem, Sabrina Santana, de 18 anos, conhece os corredores e cada cantinho de sala de aula da escola em que passou a vida. Mas no início do ano letivo de 2019, as expectativas criadas ao longo da vida estavam distantes de se concretizar.

Em julho de 2019, a jovem Sabrina Santana renovou suas esperanças dando uma guinada na sua trajetória. “Tudo o que vivenciamos no decorrer desse um ano, são coisas que sonhávamos lá atrás mas que até então não tínhamos apoio. A chegada do TerPaz trouxe oportunidades para tirar o jovem da rua, para se voltar para fazer atividades na escola”.

Sabrina contou que fez cursos de informática, audiovisual e conseguiu participar de um processo seletivo de estágio através do TerPaz. “Foram novas expectativas que nós criamos, agora quero fazer jornalismo. Antes eu enxergava somente sonhos sem a prática e hoje em dia eu vejo tudo funcionando, estão sendo construído não só para mim mas para as pessoas do futuro”, comentou Sabrina.

Para a coordenadora de Rede Local no Programa Territórios pela Paz na Cabanagem, Marisa Lima, o desejo é de ter sempre novas história para contar nos próximos anos. “Há um ano eu tinha um terreno abandonado, hoje temos uma usina sendo construída que já vai ter sido entregue daqui a um ano. Estamos avançando com o Estado presente resgatando sonhos, renovando esperanças e acima de tudo, garantindo o direito que foi negado”, finalizou Marisa se referindo à Usina da Paz (UsiPaz). 

USINAS DA PAZ

Coordenadas pela Seac, as Usinas da Paz consistem em grandes complexos públicos, em áreas de aproximadamente 10 mil metros quadrados, com a finalidade de garantir a permanência do Estado nos territórios, com ênfase na prevenção à violência, inclusão social e fortalecimento comunitário, com três eixos fundamentais: assistência, esporte/lazer e cultura.

A obra da UsiPaz da Cabanagem já está na segunda etapa com a construção da fundação. A proposta dos complexos é conter salas de audiovisual, inclusão digital e serviços como atendimento médico, odontológico, consultoria jurídica, emissão de documentos, segurança, escola de gastronomia, espaços integrados, multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade. Também serão espaços para a prática de cursos livres, espaços de dança, artes marciais, salas para musicalização e biblioteca.

Além de democratizarem o acesso ao esporte, lazer e à produção cultural, essas atividades concretizarão a convivência comunitária e propiciarão a prestação de serviços pelas secretarias estaduais e órgãos governamentais envolvidos no TerPaz.