A manhã deste sábado (22) foi movimentada na Usina da Paz Guamá, em Belém. Indígenas de diversas etnias participaram de uma ação de saúde realizada pela Secretaria de Saúde Pública (Sespa) e Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac).
Entre os serviços ofertados estavam consultas médicas, triagem, regulação, testes rápidos, PCCU, vacinação, atendimento odontológico, palestras e orientações, além do lançamento da Cartilha Estadual da Saúde do Homem Indígena.
“É uma gama de serviços pensados para a comunidade indígena, estamos recebendo também indígenas que frequentam a Universidade Federal do Pará, que é aqui próximo, com suas famílias e que precisam desse atendimento. Essa é uma ação exclusiva, no mês da luta dos povos indígenas, que mostra a preocupação e a presença do governo do Estado na vida deles, levando saúde e cidadania aqui na Usina da Paz, nesse espetáculo de espaço. Está sendo um sucesso”, informou Alessandra Amaral, secretária adjunta da Seac.
Segundo a técnica responsável pela Saúde Indígena no Pará, pela Coordenação Estadual Indígena e Populações Tradicionais da Sespa, Putira Sacuena, realizar a ação na UsiPaz Guamá foi uma excelente estratégia. “Eu faço doutorado na UFPA e lá nós temos uma associação de estudantes indígenas e a gente percebe que tem uma demanda muito grande porque hoje, dentro da universidade, são 572 indígenas que vem com toda sua família, filhos, para o centro urbano”, comentou Putira que também revelou que “ainda temos uma questão relacionada ao racismo estrutural e institucional, porque quando a gente sai dos nossos territórios para os centros urbanos, a gente acaba não tendo um atendimento qualificado, que possa de fato nos acolher, devido a nossa cultura ser diferente. Então, pensando nesse processo todo, de como os indígenas precisam ser atendidos, a gente pensou na Usina da Paz do Guamá que é extremamente estratégica, uma vez que o bairro é onde tem um maior número de indígenas morando e estudando próximo da universidade, a usina tem toda uma representatividade. Em menos de 6h a gente conseguiu atender mais de 15 etnias hoje, então estamos muito felizes com esse resultado”, pontuou.
O universitário Rainey Batista é indígena, da etnia Karipuna do Amapá, aprovou a iniciativa. “É muito importante ter uma ação dessa, aqui tem vários estudantes que estavam buscando um atendimento de saúde, consulta, medicamentos e orientações. Eu estou achando muito bom. Já passei pelo médico e fui muito bem atendido”, informou o jovem.
Acolhimento - Os espaços da UsiPaz ficaram abertos e disponíveis para o uso dos povos indígenas. A quadra de esportes, por exemplo, foi liberada para a prática esportivas tradicionais dos indígenas.
“A Usina da Paz é um espaço pensado justamente para o atendimento de todos os povos. E nada mais justo do que atender, de forma eficiente, em especial os povos originários. Hoje, a ação é voltada para esses povos, então estamos aqui com todos os profissionais da Sespa e Seac, levando saúde e lazer a todos. Eles estão ocupando a UsiPaz que também é deles”, ponderou Renato Ferreira, coordenador geral da UsiPaz Guamá.
A indígena Warao, Mariluz Marianos, estava no anfiteatro expondo alguns materiais de artesanatos. “Já me consultei mais cedo. Agora estou aqui também tento oportunidade para expor meus trabalhos de artesanato que é de onde eu posso tirar meu sustento, quero agradecer por essa oportunidade”, comentou.
Texto: Paulo Garcia com informações de Giovanna Piani